A importância de uma educação cooperativa para crianças
Se preferir, ouça a narração deste artigo:
A infância é o período mais autêntico do ser humano. É nessa fase – exatamente por nossa inocência e ousadia – que somos mais sociáveis, destemidos e propensos a estabelecer conexões de verdade com quem está ao nosso redor. Em resumo, somos cooperativos na prática!
A educação transforma as pessoas e as pessoas mudam o mundo: essa máxima de Paulo Freire, que completaria seu centenário este ano e que é uma figura reconhecida mundialmente por suas contribuições para a educação, representa a essência da educação cooperativa.
Esta linha busca unir o propósito da educação com a essência do cooperativismo com o objetivo de preparar nossas crianças para um futuro mais humano, sustentável e, é claro, cooperativo.
Índice
Educação e cooperativismo na infância
Relacionar educação e cooperativismo não é uma tarefa difícil. Se olharmos para trás, quando estávamos nos bancos escolares, certamente vamos lembrar de atividades que fazíamos de forma colaborativa. Feiras de ciências, competições esportivas, trabalhos em grupos são apenas alguns exemplos da cooperação que acontecia.
Podemos, ainda, explorar essa conexão através dos 7 princípios do cooperativismo. Vamos conhecê-los e entender como eles podem colaborar com uma educação cooperativa para nossas crianças?
No primeiro princípio cooperativista, que fala sobre a adesão livre e voluntária, na educação, ela se traduz quando temos a diversidade e a inclusão de crianças com suas particularidades. É exatamente essa pluralidade que enriquece a educação, permitindo uma visão de mundo ampla, com troca de experiências de forma autônoma e autêntica.
A gestão democrática, segundo princípio cooperativista, já acontece no mundo educacional: Associações de Pais e Professores (APPs), entidades de Grêmio Estudantil e, até mesmo, comissões de formatura formadas por pais e alunos, são um exemplo prático de como a tomada de decisão compartilhada e representativa aumenta o engajamento e a responsabilidade de todos.
Ainda na linha de sobre união, chegamos ao terceiro princípio cooperativista: a participação econômica. Sabemos que a educação é um direito garantido na Constituição Federal, mas, a partir do momento que compreendemos que cada um tem um papel fundamental na construção de um sistema educacional para todos, faz-se necessário refletir sobre como a gestão e a captação de recursos acontece.
Essa reflexão começa no repasse de recursos e vai até a conscientização dos alunos sobre a utilização de materiais.
O quarto princípio do cooperativismo trata sobre autonomia e independência: é de grande importância a formação de indivíduos que sejam protagonistas de suas vidas, que olhem o mundo com uma perspectiva positiva, posicionando-se e, principalmente, atuando proativamente em iniciativas sociais.
Quando falamos em autonomia e independência, falamos também sobre responsabilidade. Assim, a educação cooperativa também é incentivar a liberdade consciente que realmente transforma o mundo.
O quinto princípio do cooperativismo fala por si mesmo: educação, formação e informação. Aproximar a educação acadêmica, da sala de aula, do conhecimento do dia a dia é essencial.
Assim, programas integrados, envolvendo agentes de todas as instâncias da educação e também da sociedade, com troca de experiências e conhecimentos, em que todos saem ganhando é crucial para que a educação cooperativa aconteça na prática.
O penúltimo princípio do cooperativismo é a intercooperação. Como o próprio nome sugere, trata-se do estímulo ao relacionamento entre as crianças das diversas idades, vivências, gostos e preferências para que trabalhem juntas para alcançar seus objetivos.
Para finalizar, o último princípio cooperativista é o interesse pela comunidade. A partir dele, propõe-se que as crianças vivenciem situações em que sua atuação junto à comunidade local seja necessária e importante. Ações sustentáveis, sociais e educacionais são exemplos de iniciativas que a educação cooperativa pode proporcionar.
Dicas para uma educação cooperativa
Já vimos que a educação e o cooperativismo estão relacionados: agora é hora de conferir dicas para colocá-la em prática com as crianças. Continue lendo!
Incentive a cooperação
Exaltar a diversidade como uma oportunidade para a socialização, explorando a curiosidade natural da criança é um excelente caminho para a cooperação. Além disso, também instigar a solidariedade e a empatia para ajudar o outro quando ele precisa.
O valor de doar
Que tal promover uma ação com as crianças da rua ou, até mesmo, entre os colegas de sala para a doação de brinquedos mensalmente, além, é claro, do Dia das Crianças? Explicar a importância de compartilhar para que todos tenham acesso e mostrando que doando e compartilhando todos ganham.
Cooperação no esporte
Já diria o grande jogador Michael Jordan: “O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipe ganha campeonatos”. O esporte é uma ferramenta incrível para desenvolver a cultura da cooperação.
Muito mais do que a competição, é possível ensinar as crianças que, assim como nos times de futebol, voleibol e outros esportes, para ganhar, é preciso contar com o outro!
Cooperação em casa
Não é só no ambiente escolar que a educação cooperativa acontece: em casa, junto à família, também é possível desenvolver a cooperação por meio, por exemplo, das tarefas do dia a dia.
Mostrar à criança, desde cedo, que, em casa, cada membro da família tem sua responsabilidade na organização da casa, seja na arrumação dos brinquedos, secando a louça ou recolhendo a roupa.
Cooperação no meio ambiente
Nossa grande casa, o Planeta Terra, precisa da nossa cooperação para que possamos continuar vivendo em harmonia e com qualidade. Para isso, é importante que as crianças aprendam a importância de práticas sustentáveis, como a reciclagem, o reuso da água, a economia de energia e, até mesmo, as vantagens das energias renováveis.
Cresol e a educação para o cooperativismo
Aqui na Cresol, a educação cooperativa é diária, seja internamente, junto com nossas equipes, ou por meio de projetos, como o Cresol Educa, que é voltado para a educação infantil disponibilizando jogos, leituras e outras atividades lúdicas para os pequenos.
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