Vinho: uma dose de alegria

Vinho: uma dose de alegria

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Os cristãos, embasados no antigo testamento, acreditam que foi Noé quem produziu o primeiro vinho do mundo. Os gregos consideraram a bebida uma dádiva dos deuses. Existem também as fábulas, como a da princesa persa que ao tentar se suicidar bebeu suco de uva “estragado” e que em vez de morrer ficou muito alegre. Enfim, fábulas e suposições sobre o surgimento do vinho são várias, mas historicamente não é possível precisar o momento de sua descoberta, que pode ter sido inclusive, casualmente devido a fermentação natural das uvas.

 Arqueólogos apontam a existência de sementes de uvas, e com probabilidade de vinho ao menos, há 8000 a.C na Turquia, na Síria, Líbia e Jordânia. Já de uvas cultivadas foram encontradas sementes na Geórgia com datação entre 7000 a 5000 a.C. Em questão de registro, os mais antigos são no Egito, na Grécia, entre outras civilizações, em que é possível comprovar a existência do vinho. Os egípcios teriam sido os primeiros a deixar registrado.

Já no Brasil o vinho chegou em 1532, em São Paulo, com os portugueses, e no Rio Grande do Sul em 1626, com o jesuíta Roque Gonzáles que plantou videiras europeias em São Nicolau, nos Sete Povos das Missões. No entanto, segundo o site www.enologia.org.br foi a partir de 1875 que ocorreu o crescimento da vitivinicultura gaúcha, graças à chegada da colonização italiana, pois os italianos traziam na bagagem além das variedades de uvas europeias da região de Vêneto, o hábito do consumo do vinho como um alimento.

Tradição

Esse hábito de consumir vinho durante as refeições ainda é presente, conforme relata o agricultor ecologista e associado da Cresol Antônio Prado, Jamir Vigolo. “Eu como sou filho de italianos, de origem italiana, gosto de tomar vinho nas refeições e acredito que o vinho é remédio quando tomado em quantidade moderada”, destaca. Como seu Vigolo queria tomar um vinho puro, isso o motivou a produzir vinho orgânico.

Outro produtor de vinho que diz que esse gosto está no sangue, pois é descendente de italianos, é Sérgio Moreschi, associado da Cresol Xanxerê. Ele reforça que o gosto pelo vinho vem de muitas gerações. “Agora com uma boa tecnologia, com acompanhamento de enólogos, mas mantendo as características iniciais. Espero continuar produzindo e passar isso para as futuras gerações”, comenta. Ele e outros 16 produtores fazem parte da Associação dos Produtores de Vinho Artesanal de Xanxerê, que produzem especialmente para consumo e para a Festa do Vinho que ocorre no município anualmente.

Produção

O fato é que o vinho é apreciado em diversas culturas, já foi/ou é considerado sagrado, já foi bebida apenas da elite e hoje conta com uma grande produção mundial. Os principais produtores são Itália, Espanha, França, Estados Unidos, Argentina, Austrália, Alemanha, África do Sul, Chile e Portugal.

No Brasil, o maior produtor é o Rio Grande do Sul, onde em 2018, por exemplo, foram produzidos mais de 500 milhões de litros entre vinhos de mesa, vinhos finos e sucos de uva. Já Santa Catarina é o segundo maior produtor nacional de vinhos.

Mas diante de tantos produtores, de tantos países que produzem, como fazer para ter sucesso com a produção?

O enólogo João Pedro Debastiani, associado da Cresol Anônio Prado, dá a dica: “tem que criar uma boa história, pois produto tem em qualquer lugar, mas a história é única. É da região, é da família”. Ele ainda define que um bom vinho é aquele em que não se fica na primeira taça.

Dica de armazenamento, de tipos de vinhos, combinação entre vinhos e alimentos, entre outros aspectos, você pode conferir em nosso podcast sobre o tema.

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