Dados da inflação em 2021: como a alta impacta seu bolso

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A inflação de 2021 fechou o ano em 10,06%, quase o dobro da meta estabelecida pelo Banco Central. Foi a primeira vez desde 2015 que a variação atingiu um patamar tão alto.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado tem a ver principalmente com a elevação nos preços do transporte. Outras categorias que pesaram no acumulado do ano foram os setores de habitação e de alimentação e bebidas.
Ou seja: na prática, ficou mais caro bancar algumas despesas básicas do dia a dia. Continue conosco para entender melhor como a inflação impacta o seu bolso.
A inflação caracteriza o aumento dos preços de produtos e serviços em um país. Ela acontece devido a diversos fatores, como maior demanda ou custo da matéria-prima.
Por exemplo, digamos que a safra de algodão tenha sido ruim. Isso pode diminuir a quantidade de tecido disponível para confeccionar roupas. Porém, as pessoas continuam procurando novas peças nas lojas. Nesse caso, como há escassez no mercado, a tendência é que os valores subam.
Claro que não se trata de um fenômeno uniforme. A variação pode ser mais forte em alguns setores específicos da economia. Por isso, existem diferentes índices para calcular os percentuais de inflação no Brasil.
Ocorre que, nos últimos anos, o salário-mínimo não tem acompanhado essa rota ascendente. O custo de vida da população aumenta, mas a renda das famílias continua no mesmo patamar. A consequência é a redução no poder de compra. Em outras palavras, está mais difícil arcar até mesmo com as despesas básicas.
Você já deve ter visto siglas como IPCA, IGP-M e INPC no noticiário. Esses são alguns dos índices de preços que ajudam a entender a inflação no nosso país. Confira, abaixo, uma lista com os principais:
O IPCA considera a variação dos preços de mais de 430 mil produtos. A pesquisa é realizada pelo IBGE mensalmente, em pontos de venda de diversas capitais e regiões metropolitanas.
Devido à amplitude, esse é considerado o índice oficial da inflação no Brasil, já que traça um panorama da realidade em diferentes regiões.
A lógica do INPC é parecida, mas aponta especificamente o custo médio de vida das famílias com renda entre um e cinco salários-mínimos.
Essa é a parcela da sociedade mais sensível à inflação, pois costuma gastar só com itens básicos, como moradia, medicação e transporte. Sendo assim, a alta nos preços terá um impacto mais significativo para essas pessoas.
Esse índice está no âmbito das indústrias extrativas e de transformação. Ele mensura a oscilação dos preços de venda recebidos pelos produtores de bens e serviços.
Portanto, sinaliza tendências inflacionárias que podem incidir sobre outras áreas do mercado. Afinal, se o custo sobe nas fábricas, em algum momento a conta chega aos consumidores.
Calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IGP-M engloba preços praticados na construção civil, em atacados e em alguns outros setores da economia. Ele é usado como base em contratos de aluguel e seguros de saúde, por exemplo.
Em 2021, o aumento foi de 17,78%, bem acima da inflação oficial. É por esse motivo que alguns convênios privados estão tão caros.
Dica: Taxa Selic, IPCA e IGP-M: o que essas siglas significam no dia a dia
Inflação alta traz consequências importantes para o público. Os preços ficam salgados, o orçamento familiar aperta e até mesmo a possibilidade de obter empréstimos fica mais remota. Isso porque, na tentativa de frear o consumo e baratear custos, o Banco Central eleva a taxa Selic, a taxa básica dos juros. Essa medida acaba encarecendo a oferta de crédito.
No último ano, as dinâmicas da economia foram nítidas para a população. Embora a meta do Banco Central fosse manter o aumento do IPCA entre 2,5% e 5,25%, o acumulado da inflação em 2021 ultrapassou os dois dígitos.
De acordo com o BC, a explicação está relacionada à alta do dólar e das commodities que têm cotação internacional, como minério e petróleo. Isso elevou o valor dos combustíveis – apenas a gasolina acumulou 47,49% de reajuste.
Como consequência, houve subida nos preços dos automóveis (15,05%), das passagens aéreas (17,59%) e do transporte por aplicativo (33,75%).
Outra vilã foi a crise energética em decorrência da estiagem. Com a conta de energia elétrica nas alturas, as despesas com habitação dispararam. Juntos, transporte, moradia e alimentação correspondem a cerca de 79% do IPCA de 2021.
Veja também: 5 dicas para se proteger da inflação
Diante desse cenário de crise, é importante se blindar contra a inflação. Você deve fazer um planejamento financeiro, avaliando os gastos pessoais e criando o hábito de poupar dinheiro para emergências.
Nós, da Cresol, podemos ajudar nessa missão. Siga conosco para conferir mais conteúdo sobre educação financeira. Até a próxima!
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