Destemidas

Destemidas

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Mulheres que inspiram, transformam e compartilham

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há mais de 30 milhões de mulheres no mundo com limitação ou perda das funções básicas do sistema visual e do olho. Apesar da restrição visual, elas percebem o mundo por meio de outros sentidos, são independentes, vaidosas, gostam de adereços, salto alto e principalmente, de inclusão e respeito.

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a Cresol convidou associadas das mais variadas idades, profissões, classes sociais, estado civil e etnias, para falarem um pouco sobre seu lugar no mundo. 

Jenivalda: uma mulher que não tem medo de superar seus limites

Natural da cidade de Tabocas do Brejo Velho, na Bahia, Jenivalda de Jesus Sampaio é uma mulher guerreira, que luta por seus ideais e não desiste fácil de seus objetivos. Ela tem muita fé em Deus, é sonhadora, carinhosa, apaixonada pela família e muito humana. A filha caçula do seu Valdetino Santos Sampaio e da dona Berenice Ferreira Sampaio recebeu o diagnóstico de glaucoma e perdeu a visão total, mas nunca deixou que a deficiência visual definisse quem ela é ou a impedisse de lutar para alcançar suas metas. 

Em 2013, ela foi morar em Vitória da Conquista, município localizado a 492 km da cidade onde vivia com a família, para estudar Direito. “Era um sonho do meu falecido pai que eu cursasse Direito, e se tornou sonho da família toda”, recorda. Quando chegou a nova cidade, não conhecia ninguém e foi morar sozinha, mas logo já se sentia à vontade no campus da universidade. “Fiz muitos amigos e tive apoio para estudar durante todo o tempo”, comenta. Antes mesmo de finalizar o curso, no segundo semestre de 2017, Jenivalda já estava aprovada no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em 2018, ela foi aprovada para o cargo de Analista Judiciário no concurso do Ministério Público da União. “Fiz a prova, mas não tinha expectativa de passar, porque não tinha me preparado para este concurso, mas Deus me honrou e tudo deu certo”, relembra.

#ParaTodosVerem: Jenivalda está sentada em uma cadeira com as mãos apoiadas sobre a mesa, enquanto sorri e posa para foto.

Em uma sociedade que impõe às mulheres diversos padrões e afirma que aquelas que não os seguem, nunca serão felizes, ser você mesma é sinal de resistência. Quando o assunto é felicidade, a Jenivalda tem a resposta na ponta da língua. “Sou o que sou, não o que os outros querem que eu seja, por isso, vivo da forma que me sinto bem, fazendo o que gosto e não me preocupando o que a sociedade vai pensar. Acredito que nossa felicidade não está em ninguém e sim dentro de nós mesmas”, afirma. Ela destaca que a união feminina é chave para mudar essa situação. “Nós deveríamos ser mais unidas para defendermos nossa classe, lutarmos por igualdades, afinal, somos tão capazes quanto os homens e muitas vezes, até mais que eles”, ressalta.

#ParaTodosVerem: Jenivalda está na faixa de areia da praia, em pé, usando óculos de sol e sorrindo. Ao fundo, há um céu claro e um mar azul vibrante.

Neste mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o conselho da Jenivalda é se encontrar para mudar o mundo. “Existem diversos desafios para nós mulheres, mas os maiores estão dentro de cada uma de nós, como nossa auto estima e amor próprio. Nos encontrando, seremos mulheres empoderadas prontas para encarar quaisquer desafios que a vida nos impuser”, finaliza.

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