Destemidas

Destemidas

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Mulheres que inspiram, transformam e compartilham

Mulheres com deficiência lutam todos os dias contra situações terríveis de infantilização, capacitismo (preconceito contra quem tem deficiência), discriminações por parte da família, amigos, escola, universidade, trabalho e sociedade em geral. Unidas, elas batalham para manter acesa a chama da esperança e afastar o medo em tempos em que o Estado insiste em invisibilizar e silenciar pessoas com deficiência. 

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a Cresol convidou associadas das mais variadas idades, profissões, classes sociais, estado civil e etnias, para falarem um pouco sobre seu lugar no mundo.

Emeline: uma mulher de luta e resistência 

Você já imaginou como seria se não tivesse condições de se localizar ou de se locomover onde está? Se não pudesse adentrar no local por conta do tamanho das portas de passagem não ser adaptado às suas necessidades? Se filmes e séries que você gosta não fossem adaptados para sua forma de comunicação? Essas são questões que afligem, segundo o Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), 45,6 milhões de brasileiros com deficiência física, auditiva, intelectual, visual, mental, múltipla e/ou surdocegueira. O mapeamento aponta ainda, que 25,8 milhões das pessoas com deficiência, são mulheres. Esses números deveriam fazer com que a acessibilidade fosse algo comum, mas, basta olhar ao redor, para entender que, na prática, não é bem assim.

Emeline Franciosi sente na pele os desafios de ser uma mulher com deficiência, mas não deixa que a ausência da audição seja motivo para parar de sonhar. Ela é uma mulher batalhadora que luta por seus ideais, é mãe, esposa, formada em design de moda e atualmente, trabalha como assistente administrativa. Aos 33 anos, a moradora de Chapecó-SC é apaixonada pela família e adora cozinhar. Quando o assunto é mercado de trabalho, Emeline ressalta que se sente acolhida e adaptou-se facilmente às demandas da empresa. “Não tenho dificuldade em desempenhar as minhas tarefas, recebo as orientações e procuro fazê-las da melhor maneira possível”, destaca. 

#ParaTodosVerem: Na selfie, Emeline está sorrindo e ao fundo, há folhagens verdes.

O mercado de trabalho para Pessoas com Deficiências (PCDs) ainda é um desafio e a inclusão é pequena. De acordo com o levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) realizado em 2018, o trabalho para PCDs corresponde a somente 3,45% dessa população, o que equivale a cerca de 442.007 empregos. Além disso, dados da pesquisa realizada em 2016 pela Vagas.com e Talento Incluir, demonstram a dificuldade da adaptação do mercado às necessidades dessa comunidade. O estudo verificou que discriminação, baixos salários, ausência de plano de carreira e falta de acessibilidade são as principais reclamações das pessoas com deficiência.

Neste mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o conselho da Emeline é que as mulheres lutem por seus direitos e ideais. “A mulher ainda é discriminada diante da sociedade e assim, enfrenta desafios e desigualdades sociais. Tenha orgulho de ser mulher e vá a luta!”, finaliza.

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