Entenda o aumento da taxa Selic e como ele impacta seu bolso
Você deve escutar por aí que a inflação não para de subir e que as taxas de juros no Brasil estão entre as mais altas do mundo. Mas talvez você não saiba o que está por trás disso e o que, exatamente, faz esses índices subirem.
No artigo de hoje vamos falar sobre o aumento da taxa Selic e explicar por que é tão importante conhecer esse indicador para entender a dinâmica da economia no país. Confira!
Índice
O que é a taxa Selic?
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Seu nome vem da sigla do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, programa virtual em que os títulos do Tesouro Nacional são comprados e vendidos diariamente por instituições financeiras.
É ela que norteia grande parte das operações que envolvem juros no país, incluindo empréstimos, financiamentos e investimentos financeiros.
Para ajudar a entender melhor: a Selic é a taxa de juros apurada nas operações de empréstimos de um dia entre as instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como garantia.
A taxa Selic é variável e definida pelo governo federal, por meio do Banco Central e de seu Comitê de Política Monetária (Copom), em reuniões realizadas a cada 45 dias.
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O que causa o aumento da Selic?
Ela varia todos a cada 45 dias e é definida pelo Banco Central. Mas o que, afinal, faz com que a principal instituição financeira do país aumente ou reduza a taxa Selic?
Antes de mais nada, é importante que você saiba que a taxa é o principal instrumento de política monetária utilizado para controlar a inflação.
Ou seja: a taxa Selic sobe quando a inflação está em crescimento e, então, o Banco Central utiliza dessa medida para reduzir o consumo e, consequentemente, frear o aumento dos preços. Na prática, a Selic afeta o custo do dinheiro no país — quando ela aumenta, o dinheiro passa a valer mais.
Na segunda reunião do Copom de 2022, realizada em março, o comitê decidiu elevar a taxa pela nona vez consecutiva, passando o índice de 10,75% para 11,75% ao ano — o maior percentual desde abril de 2017, quando a taxa chegou a 12,15%.
O aumento é uma tentativa de reduzir a inflação e o Banco Central já promete elevar a taxa em um ponto percentual na próxima reunião, em maio.
Taxa Selic e inflação: entenda a relação
Como o aumento da taxa Selic faz a inflação cair? A relação parece mesmo complexa, mas podemos te garantir que a dinâmica pode ser facilmente compreendida.
O primeiro passo é entender que o que faz a inflação subir é a elevação dos preços — causado por vários fatores, entre eles o aumento do consumo. Tentar frear o consumo, portanto, é uma medida para reduzir os preços e, consequentemente, a inflação. E sabe como o governo federal tenta reduzir o consumo? Aumentando as taxas de juros!
Funciona assim: os preços sobem, a inflação aumenta, o governo aumenta a taxa de juros, os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos e cartões de crédito ficam mais altos, as pessoas passam a consumir menos, os preços baixam e a inflação diminui.
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Mas se não estamos falando de preços, e sim de rendimentos, a taxa Selic também influencia?
Como o aumento da Selic pode impactar os investimentos?
Quando o assunto é investimentos, a taxa Selic impacta diretamente a rentabilidade de diversos produtos que usam o índice como principal indicador, principalmente os investimentos de renda fixa.
Em relação à conta poupança, por exemplo, o impacto da Selic é direto e imediato, visto que o rendimento do investimento é calculado com base na taxa.
Quando a Selic está igual ou menor que 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a Taxa Referencial (outra taxa de juros levada em consideração, que foi criada para substituir as correções pelo IPCA).
Se a Selic ultrapassar os 8,5% no ano, como no caso do momento atual, o rendimento da poupança passa a ser fixado em 0,50% ao mês mais a Taxa de Referência, independentemente da taxa Selic.
E como ficam outros tipos de investimento?
O maior impacto da taxa Selic nos investimentos se dá nos ativos pós-fixados de renda fixa, que geralmente têm sua rentabilidade condicionada ao índice e o CDI como principal referência.
Isso inclui CDBs pós-fixados atrelados ao CDI, Tesouro Selic, Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), entre outros.
É importante dizer que o CDI, que serve de referência para a maior parte dos ativos pós-fixados de renda fixa, tradicionalmente acompanha a taxa Selic e, por isso, esse tipo de investimento é diretamente impactado pelo principal indicador econômico do país.
De forma indireta, os investimentos de renda variável também são impactados pelas alterações na taxa Selic. Com o aumento do índice, as aplicações de renda fixa se tornam mais atrativas e os investidores podem acabar migrando as aplicações.
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